sexta-feira, 22 de abril de 2011

Postos de saúde e hospitais do Brasil: Cadê os pediatras?

Pesquisas realizadas pelo Núcleo de Educação em Saúde Coletiva da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) revelam um problema dos serviços de saúde do País: a falta de pediatras!
A carência é encontrada tanto nos postos de saúde quanto nos hospitais, afetando especialmente as localidades distantes dos grandes centros. Além dos pediatras, o levantamento aponta a falta de clínicos gerais e médicos da família.
A situação mais grave foi encontrada no Norte e no Nordeste, mas todas as regiões registraram municípios com problemas.
A pesquisa

Os pesquisadores avaliaram, em cada município, o tamanho da população e as taxas de mortalidade infantil e de domicílios pobres. Os dados foram então confrontados com o número de horas dedicadas pelos médicos das especialidades pesquisadas ao atendimento ambulatorial.
Foram os piores resultados dentre as 22 especialidades pesquisadas, como anestesiologia e cardiologia.
Dificuldade de contratação
Outro estudo do mesmo grupo, realizado este ano com gestores de hospitais públicos e privados de Minas Gerais, revelou que 64,3% têm dificuldade para contratar pediatras. Quase metade (46,1%) dos gestores estava com postos vago quando foram entrevistados.
De acordo com a pesquisa, o tempo médio para o preenchimento de uma vaga na pediatria chega a 8,6 meses.
Sábado Girardi, coordenador dos estudos, afirma que os números de Minas confirmam uma tendência nacional. Em 2008, levantamento semelhante com gestores hospitalares de todo o Brasil mostrou que 43% deles tinham dificuldades de contratar pediatras.
Os principais motivos? Falta de profissionais titulados no mercado, a insatisfação com a remuneração e a falta de experiência dos candidatos.
O outro lado
Segundo Eduardo Vaz, presidente da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), o número de profissionais é adequado. Hoje, 10% dos médicos brasileiros são pediatras, contra 13,5% em 1996. O número de filhos por família caiu e outras especialidades ganharam importância.
“Se está faltando pediatra no sistema público, e está mesmo, isso não é culpa do pediatra”, ressalta.

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